domingo, 27 de março de 2011

show me the back door?

Olha ai, dia 28 de janeiro, eu citando Caio F " tu sabes que vai passar". Pobre de ti Fernanda. Estamos o que? Em abril. Alguns surtos, teve São Paulo, Carnaval, festanças, dormidas, choros & velas e não passou.
Nem sei se esse mal todo tem cura, ou se é que isso é um mal ou apenas uma fase meio down que a gente enfrenta. ( Ou leia-se : eu enfrento).
Procuro ler para ver se dá um animo, tá tudo bem, vai passar né Caio F?
Ou realmente a vida só se dá para quem se deu, né Vinicius?
Ou literalmente nosso crime não ( e não compensa) né Cazuza?
Estamos ai, sonhando & tentando & acordando & buscando & esse papo clichê etc & etc
Ninguem vai achar graça do pessimismo ou irá te compadecer, e te entender, e pensar
"Que pena". Vão te achar fraco para ca-ra-lho.
Franqueza. Fraqueza. Ser franco = ser fraco.
É o seguinte : Cansei dessa selva de pedras, show me the back door?

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

vai passar

vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca".

Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. (...)

Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos (...)

Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

(...)

o amor da gente não se sabe,
só é bonito se for triste
se faz sofrer
se faz morrer

um segundo
dois segundos
mudei de opinião
não te quero mais,

alguma coisa lá no fundo, sempre diz que terminou
logo depois avisa que recomeçou
que voltou
que re(ascendeu) que res(pirou)
re(sofreu) re (viveu)

(...) o amor da gente não se sabe,
nem a gente sabe
só é bonito se for triste
só é triste se for grande
só é grande se for amor
só é amor se não for eterno
só é eterno se durou um segundo
dois segundos

(...) se não durou é triste
todo amor só é bem bonito se for triste

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
F, Caio

terça-feira, 24 de agosto de 2010

nao tem jeito

eu nao entendo porque esses caminhos vao sempre para os mesmos lugares
tudo se repete e me remete ao mesmo
tudo e tao rapido e ao mesmo tempo tao lento
olha, ja passou
olha, ainda nao passou
vai,
vem,
vai,
vai,
vai ...
vai sonhar , para se enganar
ja nao tem jeito
nao tem jeito
tudo me remete ao mesmo

quinta-feira, 8 de julho de 2010

tristeza não tem fim...

certo estava o poeta..

quanta tristeza há nesta vida
só incerteza, só despedida.

tomara
Que a tristeza te convença, que a saudade não compensa

vai e diz , que eu entrego os pontos.

e finaliza assim, afinal,
(felicidade, SIM).

quarta-feira, 2 de junho de 2010

isso não é exageiro,
é um simples sentimento
se não te tocas
se não o entende
se não o sente
não sabes,
não pode dizer que é exageiro.
para onde vai todo o sofrer
para onde vão todas as lágrimas que rolam e secam
que caminho seguem os miseráveis
um dia o coração para
ôuço alguém dizer que isso não é frieza
é um simples não sentir
se não me tocas
se não o entendo
se não o sinto
não sei
se meu coração bate
e o teu para
se tudo é tão rápido
se eu amar
se eu sofrer
se eu viver
se doer
se eu desejar morrer
não sabes, não pode dizer.